terça-feira, 22 de março de 2011

quando os cascos de tartaruga deixam de ser vermelhos


- ...as coisas estão ficando estranhamente bonitas
- uououououo!
- sabe, eu sempre achei que não tinha amigos
- a-ha!
- sempre fui mais de ficar por aqui sentado, jogando... e nunca me dei conta que você também esteve sempre aí, do outro lado.
- it's me, Mario!
- e que apesar de você estar aí e eu aqui, eu sentia que às vezes estávamos realmente juntos, correndo por aí, às vezes até voando
- uh...uh...uh...
- e que eu na verdade sou você e você sempre foi eu mesmo
- ...
- nós, nós dois, somos a mesma pessoa!
- it's me, Mario!

Por um acaso do destino ele nasceu Mario.

E por coincidências da vida, aos 6 anos, jogou Super Mario. E por habilidade nata, ele jamais perdeu uma vida em Super Mario. Por coisa incompreensíveis um dia ele achou ser o próprio Super Mario.

Cresceu guardando esse segredo pra si. Ele e o Super Mario estavam ligados, sabe-se lá por quê. Talvez pelo seu irmão mais novo ter nascido Luigi e pelo seu primeiro amor ser uma loirinha que vivia de vestido rosa. Isso causou algumas complicações ao ele ter adquirido uma estranha excitação ao matar tartarugas pulando em cima delas.

De certa forma isso era bom pra ele. Quando ele olhava pras estrelas, se sentia invencível. Ele sabia que se um dia pudesse alcançá-las seria invencível de fato. Isso tornou-o uma pessoa com extrema autoestima. 

Deu pulos de alegria quando seu bigode começou a nascer. Era um vitorioso.

Foi então que num dia normal ele resolveu jogar o primeiro Super Mario mais uma vez, como já tantas vezes tinha feito. E não se sabe se por acaso do destino, por pura distração ou por coisas que não entendemos. Ele caiu no primeiro abismo do primeiro mundo. Ele morreu.

Seu mundo naquele instante se quebrou. O frio percorreu a espinha toda, eriçando cada pelo da sua nuca. Ele estava esperando pela morte. A qualquer instante. Sabia que eles estavam ligados. Conectados por algo muito maior. Mas ele morreu. E ele continuou vivo. Não estava entendendo muito bem. Tudo que ele acreditou durante a vida era mentira? Não estariam eles ligados? Seria possível?

Mas ele só entendeu tudo quando viu o Mario de volta na tela, como se nada tivesse acontecido. E aí então veio o estalo - Ele nunca tinha se tocado se caso ele morresse de verdade, voltaria, com uma nova chance. Se sentiu melhor do que nunca. Zerou o jogo mais uma vez.




Um comentário:

Diego Belini disse...

haaa, o Super Mario...

A verdade é que realmente agente (Eu pelo menos) por muitas vezes se sente ligado com personagens mundos e coisas incríveis ao jogar videogame, essa é a maravilha, quanta e quantas vezes não me senti melhor ou até mesmo especial por causa disso...


=D