sábado, 24 de abril de 2010

só pra falar da beleza das mexericas

é um dia qualquer, como nenhum outro, só que dessa vez não é domingo, cá estou sentado digitando meio que sem pensar:

- a vida não é maravilhosa?!
- ... hehe, é sim... mas por que isso agora?
- minha nossa! como assim?!
- ...
- ...
- ...
- ué... a vida é maravilhosa, olha pra tudo isso! O céu que muda de cor, o sabor das comidas, a música!
- .... hehe, justo...
- olha essa mexerica...
- ...
- você pode abrir a casca dela sem nenhum instrumento, você usa as próprias mãos e pouco esforço...
- é...
- e ainda por cima, ela é altamente caridosa
- ...
- já vem dividida em gomos, para distribuirmos para os outros.
- faz sentido...
- ...
- faz mesmo...
- é...é a vida
- ...
- e viva as mexericas


e viva.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

duas colheres de maus hábitos



Tudo o que ele pensava era no futuro, em como ia ser e porque ia ser assim. Ele imaginava os detalhes, os dias, as horas, os minutos, os segundos. Nada podia lhe fazer tão mal.

E foi numa certa nona-feira, que ele já havia decidido tomar uma xícara de café:

- amigo, um expresso curto
- tá bem, açucar ou adoçante?
- açucar, obrigado
- ...
- { Em que horas será que vou almoçar no domingo? Será que vai ter strogonoff de fôrno? Porque se tiver é melhor eu não acordar muito tarde... porque aí eu vou ficar sem fome, e eu gosto de comer strogonoff com fome... Será que lá pelas 14h fica pronto? Porque aí eu acordando umas senhor 9h30 acho que tá bom... hummm mas e se não tiver strogonoff? Aí eu nem senhor vou fazer tanta questão de comer com fome... hummm... que difícil, o que eu faç...}


- senhor?
- oh! estava distraído, hehe, me desculpe
- hehe, tudo bem... aqui seu café... e o açucarzinho...
- obrigado!
- ...

E ele adoça e toma seu café e pensa no futuro, pensa naquelas pessoas que lêem o futuro nas borras de café, e pensa se isso pode dar certo, observa o que restou na sua xícara e tenta encontrar algum padrão que lhe diga algo, quem sabe talvez sobre o que fazer no domingo:

- SENHOR!
- minha nossa!
- Senhor! Me desculpe, eu sou novo aqui, comecei hoje!
- ...
- ...
- do que você está falando?
- como assim, senhor?
- não tem nada de errado, você me trouxe o café e está tudo bem
- mas... o senhor não colocou o açucar que me pediu?
- claro! duas colheres, como sempre.
- ...
- ...
- o que foi, rapaz?
- senhor, eu me enganei...
- como assim?
- é que eu me confundi, o que eu trouxe pro senhor não fo..
- ora, sem problemas, um pouco de adoçante não faz mal, hehe
- ...
- ...
- ...
- meu jovem, o que houve?
- é que era sal
- ...
- ...



E ele parou pra pensar.